As dores não são todas iguais e, dependendo da sua origem, os mecanismos complexos envolvidos podem ser de naturezas muito diferentes. Todos já tivemos, em diversas ocasiões, dores secundárias a uma dor de cabeça (ou cefaleia) ou aquelas resultantes de uma martelada nos dedos. Em ambos os casos, dói (muito), mas as reações do organismo que levam a cada dor são muito diferentes. Assim, conforme a origem das tuas dores, diferentes modalidades de eletroestimulação anti-dor devem ser consideradas.

Neste artigo, vamos explicar a categoria anti-dor. É uma das mais importantes que tu podes encontrar no teu eletroestimulador Compex. Este tipo de programa intervém no tratamento de certas patologias, sempre como complemento ao trabalho de profissionais da saúde, como fisioterapeutas.

Tipos de dor a serem tratadas com eletroestimulação

De modo geral, podemos identificar dois tipos de dor que podem ser tratadas com os programas Compex:

• Dores musculares
• Dores não musculares

Se analisarmos a lista de programas anti-dor, podemos classificá-los em dois grandes grupos:

• Programas do tipo anti-dor TENS
• Programas do tipo EMS (estimulação muscular elétrica)

Qual o programa compex a utilizar e em que circunstância?

Os programas do tipo TENS são totalmente diferentes de todos os outros programas que podem ser encontrados em um eletroestimulador. São os únicos que não visam a estimulação das fibras musculares, pois estimulam as fibras nervosas.

Assim, os programas do tipo TENS produzem uma sensação de formigueiro.

Por outro lado, os programas do tipo EMS estimulam as fibras musculares e, portanto, devem produzir contrações musculares.

Agora que compreendemos bem esta diferença, vamos explicar como utilizar corretamente os programas anti-dor para que os possas aproveitar ao máximo.

Foco nos programas anti-dor tens, tendinite e epicondilite

O ponto mais importante a ser destacado é que a dor é um sintoma. Algo não está a funcionar bem no nosso corpo, mas a dor não permite identificar a sua origem. Isto deve-te levar diretamente a uma consulta com o teu médico para que ele possa avaliar a causa dessa dor.

Mas é claro que essa dor limita os teus movimentos e, consequentemente, faz-te perder qualidade de vida. Podes então aproveitar as ferramentas disponíveis para melhorar essa qualidade de vida. E é aí que entram os programas do tipo TENS. Esses programas não curam a patologia que causa a dor, mas aliviam esse desconforto e, portanto, melhoram o teu bem-estar. Por isso, são um excelente complemento ao tratamento realizado por fisioterapeutas.

Quando utilizar um programa do tipo TENS

Podes usar programas do tipo TENS para aliviar qualquer tipo de dor ou desconforto. Principalmente dores articulares e tendinosas, pois são estruturas que não podem ser estimuladas com eletroestimulação. Também pode ser utilizado para aliviar outros tipos de dores localizadas, como dores menstruais. Estes programas também podem aliviar dores como queimaduras.

Posicionamento dos eletrodos

Os elétrodos devem ser colocados diretamente sobre a área dorida, independentemente de haver ou não tecido muscular na região. Se houver, pouco importa a direção das fibras musculares, já que, como mencionado, estes programas não procuram estimular as fibras musculares. Em caso de queimaduras, deves contornar a área a ser aliviada em vez de cobri-la.

Os posicionamentos mais comuns para este tipo de programa são:

Primeiro: coloca um elétrodo logo acima do ponto dorido, que será o polo positivo, e outro elétrodo ao lado, a uma distância máxima de cerca de 5 cm. Não importa a direção em que o segundo elétrodo é colocado; pode estar acima, abaixo, à direita, à esquerda...

Segundo: deixa o ponto de dor entre dois elétrodos. Não importa em qual dos dois conectas o polo positivo e o negativo. Conforme mencionado no primeiro ponto, a distância máxima entre os elétrodos deve ser de aproximadamente 5 cm. Se a área for maior, pode usar mais canais.

Posição do corpo

A posição do corpo deve ser a mais relaxada possível, evitando gerar tensões nas estruturas musculares envolvidas na área dorida. Ou seja, se, por exemplo, o problema for no joelho, ao aplicar o TENS, deves evitar gerar tensão nas estruturas do joelho e manter a perna estendida e relaxada, sem tensão muscular nos quadríceps.

Intensidade de uso

A intensidade correta é aquela que proporciona uma simples sensação de formigueiro. NÃO deve haver resposta muscular, seja contração ou espasmo, pois esse tipo de resposta pode ser contraproducente e não é desejável. Quando sentires o formigueiro, não aumentes mais a intensidade. Quando não sentires mais o formigueiro, podes aumentar novamente. Isto é muito pessoal e depende de cada pessoa e de cada região tratada. É normal, pois o corpo se acostuma gradualmente a essa sensação.

Tempo de uso

Os programas do tipo TENS, como todos os programas de um eletroestimulador, têm duração predeterminada. Se, ao terminares, desejares repetir, podes fazê-lo sem problema ou contraindicação, mas recomenda-se aguardar de 10 a 15 minutos entre cada sessão.

Outro ponto importante: quanto mais utilizares este programa, menor será a duração do efeito analgésico. Portanto, recomendamos o uso quando necessário e evitar exageros para manter a eficácia.

Foco nos programas descontratante e lombalgia

Estes programas tratam o mesmo problema: uma contratura recente.

Assim, o programa Lombalgia é dedicado à região lombar, por conta de seus parâmetros, e o Descontraturante é mais genérico e pode ser usado em qualquer parte. Mas o objetivo dos dois é exatamente o mesmo: combater uma contratura recente.

Aqui estão alguns exemplos de contraturas recentes: contratura na panturrilha ao retomar a corrida, contratura do quadríceps ao chutar uma bola, contratura na região cervical ao dormir em posição inadequada, etc.

Todos estes casos ou semelhantes devem ser tratados com o programa Descontraturante.

Posicionamento dos eletrodos

Como pode ser observado, o posicionamento dos eletrodos é exatamente o mesmo dos programas tipo TENS. A grande diferença é que, neste caso, é importante considerar o sentido em que os elétrodos são colocados, pois devem seguir a direção das fibras musculares. Portanto:

Primeiro: coloca um elétrodo logo acima do ponto dorido, que será o polo positivo, e outro acima ou abaixo, sempre na direção das fibras musculares, onde será conectado o polo negativo.

Segundo: deixa o ponto de dor entre dois elétrodos. Nesse caso, o polo positivo e negativo não têm importância. Como mencionado, os elétrodos devem ser colocados na direção das fibras musculares.

Em caso de dúvida sobre o posicionamento no músculo, recomenda-se usar os posicionamentos indicados para o músculo específico para treinar. Também é possível utilizar a App Compex Coach para ver todos os posicionamentos de elétrodos.

Posição do corpo

A posição deve ser aquela em que o músculo está totalmente relaxado.

Intensidade de uso

Aqui falamos de programas tipo EMS, ou seja, que estimulam as fibras musculares: a resposta às fibras é traduzida em espasmos musculares. É muito importante determinar a intensidade adequada, pois uma intensidade incorreta pode ser prejudicial.

A intensidade correta para este tipo de programa deve provocar espasmos musculares fortes, mas confortáveis. Ou seja, um espasmo muito suave não será eficaz, mas uma intensidade excessiva é ainda pior, pois pode causar desconforto muscular que, para se proteger, se contrai, podendo piorar o quadro em vez de melhorá-lo.

Como os conceitos de conforto e força são subjetivos, as funções MI trazem objetividade e melhoram a eficácia. As funções Mi Range (modelos FIT 5.0, SP 4.0 e SP 6.0) e Mi Autorange (modelo SP 8.0) garantem a intensidade adequada e, portanto, mais efetiva. Mais informações sobre a tecnologia Mi aqui.

Tempo de uso

Pode ser utilizado tantas vezes quanto necessário, sem contraindicação.

Foco nos programas dor muscular, dor nas costas e dor no pescoço

Estes três programas tratam o mesmo problema: uma contratura crónica.

Considera-se uma contratura crónica quando ela persiste por mais de três dias. Nos primeiros três dias, utiliza o programa Descontraturante, e a partir do quarto dia, se a contratura não regredir, começa a usar o programa Dor Muscular. Se a dor estiver localizada na região lombar: Dor nas Costas; na região cervical: Dor no Pescoço. A diferença entre os programas é que o Dor nas Costas traz parâmetros mais adaptados a essa área (assim como Dor no Pescoço). Dor Muscular é genérico e pode ser usado em qualquer área.

Diferença entre os programas

A diferença entre o programa Descontraturante e Dor Muscular está nos parâmetros, principalmente nas frequências. Se comparares os dois, verás que o Descontraturante produz espasmos musculares muito lentos (um por segundo) enquanto o Dor Muscular é mais rápido (cinco por segundo). A razão dessa diferença está nos efeitos procurados.

Com o Descontraturante, o objetivo é relaxar os músculos contraídos, mas se a contratura se tornou crônica, é preciso ser mais eficaz nos resultados. Uma contratura muscular é a contração de fibras musculares que se mantém sem descanso. Esta contração comprime os vasos sanguíneos do músculo envolvido, reduzindo o aporte de nutrientes e oxigênio. Assim, ao longo dos dias, a contratura inicial expande-se, aumentando a área dorida.

O programa Dor Muscular, além de proporcionar relaxamento, tem outros dois efeitos:

Aumento do fluxo sanguíneo: consegue abrir os vasos comprimidos e fornecer nutrientes e oxigênio às fibras afetadas;

Maior secreção de endorfinas: as famosas "hormonas do bem-estar" ou "do prazer". Quando há maior secreção dessas hormonas, há sensação de alívio e redução das dores musculares.

Posição do corpo, intensidade e tempo de uso

Esses parâmetros para esses programas são exatamente iguais aos explicados para o programa Descontraturante.

Normalmente, uma contratura surge para proteger uma estrutura vital. Por exemplo, contraturas na região lombar ou cervical tendem a proteger a coluna, limitando os seus movimentos. Por isso, se contraturas crônicas aparecerem regularmente, é fundamental consultares um fisioterapeuta para protocolos de tratamento e exercícios visando o problema de base e evitando recidivas.

Se as tuas dores persistirem, recomendamos consultar um profissional de saúde para diagnóstico. Mas verás que, com a eletroestimulação, é possível aliviar eficazmente as tuas dores em casa. Usado na fase aguda, podes até evitar que certas dores se tornem crónicas.